Teses e Dissertações

Resumo: A convergência dos padrões contábeis locais para as normas do IASB pretende reduzir as distorções das informações reportadas pelas empresas. Esse processo vem se intensificando e expandindo nos últimos anos. Companhias sediadas na União Europeia foram obrigadas a publicar, a partir de 2005, demonstrações consolidadas com base nas IFRS. No Brasil, a convergência às normas do IASB iniciou em 2008, com a entrada em vigor da Lei no. 11.638/07. Assim, este estudo objetiva verificar a influência do processo de convergência às normas contábeis internacionais do IASB no nível de gerenciamento de resultados de empresas brasileiras e inglesas. Pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa, pautada no modelo de Barth, Landsman e Lang (2008), foi realizada a partir das demonstrações contábeis de 721 empresas inglesas, do período de 2002 e 2003 (pré IFRS) e de 2006 e 2007 (pós IFRS), e de 170 empresas brasileiras, dos anos de 2007 (pré convergência) e 2009 (pós convergência). As demonstrações contábeis das empresas inglesas e brasileiras foram extraídas do sítio eletrônico da Thomson ONE Banker, nas bases de dados Thomson Financial e Wordscope. Na análise dos dados aplicaram-se técnicas estatísticas de regressão linear multivariada, Teste F e correlação de Spearman, com a utilização do software Statistial Package for the Social Sciences (SPSS®), versão 11.5. Os resultados mostram que após a adoção das IFRS pelas empresas inglesas, houve redução nos níveis de gerenciamento de resultados contábeis. Nas empresas brasileiras ocorreu o inverso, além de um maior impacto no gerenciamento de resultados com o processo de convergência, em relação às empresas inglesas. Conclui-se que a efetividade do processo de convergência das normas contábeis locais de um país para as normas internacionais do IASB, a fim de obter melhoria na qualidade da informação contábil, não depende apenas da convergência das normas contábeis. Outros fatores são determinantes, como a adequação da legislação do país, investimentos na proteção a investidores, boas práticas de governança corporativa, treinamento de profissionais e, principalmente, melhoria na qualidade da educação contábil.